A produção de grãos no país deve chegar a 272,5 milhões de toneladas no ciclo 2021/22 por conta das condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento das culturas de 2ª safa, segundo o 10º Levantamento da Safra, divulgado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) nesta quinta-feira (7).
De acordo com o levantamento, o volume representa 6,7% de crescimento em relação a temporada passada, cerca de 17 milhões de toneladas. Também é esperado aumento de 4 milhões de área, ou seja, 73,8 milhões de hectares.
Além disso, com cerca de 60% do milho 2ª safra em maturação e 28% já colhido, a produção total é estimada em 115,6 milhões de toneladas, 32,8% superior ao ciclo passado. Apenas nesta safra o aumento chega a 45,6% chegando a quase 88,4 milhões de toneladas.
Se o resultado for confirmado, esta será a maior produção de milho 2ª safra registrada na série histórica, mas é preciso ressaltar que, mesmo com avanço da cultura, aproximadamente 19% das lavouras ainda estão sob influência do clima.
Ainda conforme o levantamento, o sorgo é outro grão que tende a registrar recorde na produção com colheita estimada em mais de 3 milhões de toneladas. O crescimento vem impulsionado pelo milho. Neste caso, Mato Grosso do Sul é o estado que apresenta maior percentual de alta na produção do produto usado no preparo de ração para animais, 362,6%.
Para o feijão, a produção total estimada é de 3,1 milhões de toneladas, com destaque para o cultivo de segunda safra, que deve aumentar 26% em relação ao ciclo passado, indo de 1,1 milhão para 1,4 milhão de toneladas. Recuperação também explicada pelas condições climáticas.
Já o arroz e a soja sofreram impacto ocorrido pela estiagem no Sul do país e em parte do Mato Grosso do Sul. Segundo a Conab, a produção da oleaginosa é de 124 milhões de toneladas e de arroz é estimada em 10,8 milhões de toneladas.
Nas culturas de inverno, quem se destaca é o trigo. A estimativa é que a produção da cultura também atinja novo recordo chegando a 9 milhões de toneladas, crescimento de 75% em comparação a safra de 2019, quando foram produzidas 5,1 milhões de toneladas. O melhor desempenho do cereal impulsiona o crescimento da produção das demais culturas cultivadas.
Mercado – Neste levantamento, as estimativas foram revisadas para cima quando comparadas com as divulgadas no relatório anterior. Soja e algodão foram a exceção, por conta da diminuição esperada na produção. Para a soja, as estimativas de sementes/outros usos e perdas e estoque final também caíram, 0,11% e 4,42%, respectivamente, sendo o estoque de passagem de 2022 estimado em 4,65 milhões de toneladas.
O suprimento e o estoque final de algodão foram reduzidos em 0,67% e 2%, respectivamente. Quanto ao mercado internacional da fibra, a perspectiva, entretanto, é que as exportações finalizem o ano em 2,05 milhões de toneladas de pluma.
Por outro lado, no quadro de suprimentos do arroz e do feijão, além do crescimento esperado na produção e da consequente elevação do suprimento nacional, as estimativas dos estoques finais subiram aproximadamente 10% em relação ao relatório anterior. A expectativa é que a safra atual encerre com estoque de passagem de 2,2 milhões toneladas de arroz e de 278,3 mil toneladas de feijão.
As estimativas para o milho também foram ajustadas para cima, com exceção do estoque final, que teve queda de 1,19% em relação ao levantamento anterior, sendo esperado um volume de 10,4 milhões de toneladas ao final do ano safra.
Por fim, para o trigo, destaque para o encerramento da safra 2021 que acontece neste mês de julho. Também foram revisados a quantidade a ser exportada, que passou de 3,15 milhões de toneladas para 3,2 milhões de toneladas, e a estimativa de importação reduziu em 500 mil toneladas.
Com isso, os estoques finais esperados para a safra 2021 a ser finalizada esse mês é de 490 mil toneladas. Para a safra 2022, que se inicia em agosto de 2022 e se encerra em julho de 2023, com a estimativa recorde de produção, a expectativa é que haja uma recuperação dos estoques que foram estimados em 1,25 milhão de toneladas neste levantamento.
Fonte: Campo Grande News